DISEASE AMONG US - PLAYLIST

domingo, 7 de maio de 2017

Disease Among Us S6 #3

Season 6, Episode 3: O Calabouço

O homem era negro e uma faixa branca marcava a testa suada. Parecia ter corrido muito. O cabelo estava embaraçado e levantado, e a regata com o número 8 vermelho estava com uma das tiras cortadas. Nas costas, um coldre improvisado amarrado pelo corpo brandia uma Katana.
"Cara, se veste." Disse ele, com um sorriso.
"Quem é você?" Disse Aiden, numa mistura de vergonha com cansaço e confusão. "Como entrou?"
"Por favor, uma pergunta de cada vez." Disse ele, estranhamente calmo. Parecia não se importar com a espada e a arma prontos para acabar com sua vida. "Todas elas vão ser respondidas, ao seu tempo."
"Eu não preciso dessa bobagem, fala logo." Disse Mellanie, levantando-se da cama enrolada no lençol, brandindo a espada do Governador.
"Meu nome é Dan e venho de Dreamland, uma comunidade anexada com Woodbury." O negro disse, e se dirigiu até a cama para se sentar. A espada de Mellanie bloqueou seu caminho.
"Dan? Dreamland?" Aiden segurou o riso. Outro woodburiano perdido. "Você sabe que o Governador..."
"Eu sei o que vocês fizeram. Ele era um grande líder." Disse Dan, sorrindo. "Ele era exatamente o contrário de você."
"O cara matou um monte de gente." Contestou Mellanie, empurrando-o pra longe com a espada.
"É por isso mesmo. Ele não se importava com valores morais. Ele só queria nos ajudar, nos sustentar. Ele tirava do nosso caminho o peso morto." Disse ele. "Ao contrário de alguém, por exemplo, ele não teria deixado seu grupo para salvar uns dois ou três prisioneiros. Você ter conseguido não justifica seus atos."
O clima na casa estava tenso. Não duvidava-se de que o invasor não tinha vindo para passar lição de moral. A calma extrema do homem passava até certo medo em Aiden e Mellanie. Preferiam ouvir o que aquele maluco queria dizer.
"O que você quer?"
"Essa manhã, nós ouvimos tiros perto de uma comunidade vizinha. Então me mandaram aqui pra ver se foram vocês."
"Não mandamos ninguém pra fora."
"Eles viram um policial."
Aiden e Mellanie se observaram, perplexos. Mellanie suspirou, Aiden passou a mão na testa.
"Shane." Disseram eles, em coro.

O jornalista, Edwin, estava maravilhado com a cena. Shane estava perplexo. Damien se debatia, ódio nos olhos, proferindo ameaças e debatendo o rosto inchado de pancada. Alaska e Carl, na mesma situação, foram erguidos de trás da carroça.
"Nós podemos resolver isso diplomaticamente." Disse o homem da caminhonete.
Shane apanhou a Glock do coldre e o homem respondeu largando os três. Ele puxou uma granada e a segurou bem pertinho da boca.
"Se você colocar o dedo PERTO do gatilho, seus amigos vão explodir junto comigo." O homem desceu da caminhonete, deixando um outro que saiu do banco do passageiro para cuidar dos três prisioneiros. Foi se aproximando de Shane, brandindo a granada.
Walsh começou a raciocinar. Se atirasse, a granada explodiria e os dois estariam mortos. Se o agarrasse para usá-lo como refém, ele podia arrancar o pino da granada com uma mordida ou simplesmente lançá-la na caminhonete, matando os três membros de Wiltshire Estates ao custo dos seus companheiros. Não parecia ter saída.
Edwin, com um sorriso triunfante, mirava os prisioneiros e tirava fotos, ignorando o perigo eminente. O homem que se aproximava de Shane estava com a camisa coberta de sangue seco e graxa. Devia ser um executor. Só então, ele levantou o cinto.
Shane ficou surpreso. Eram duas peças valiosas. Um detonador e um fio. Estava ligado ao portão da comunidade.
"Que coincidência, né?" Disse ele. "Você não quer dizer de onde veio, então vamos explodir esses caloteiros de tributo. Se você for daí, se fodeu e perdeu a casa." Ele agarrou o detonador e o pressionou. Shane segurou a outra mão, enluvada, enquanto os fazendeiros fugiam aterrorizados da explosão ensurdecedora. O fogo se alastrou pela muralha de madeira, e os vigias corriam pelo portão. O homem da caminhonete os massacrava com um fuzil. Um banho de sangue. As balas não pareciam acabar, até que ele parou pra recarregar.
Walsh e o executor lutaram pela possessão da granada, mas a luva suja de graxa do oponente favorecia o policial. Puxando o corpo do executor para a frente, Shane colocou a perna atrás das deles e o empurrou pra trás. A granada ficou em sua mão e o homem caiu de costas no chão. O atirador se distraiu por momento e começou a atirar. Shane se escondeu atrás de um pedaço flamejante de madeira, cuidando para não encostar-se nele. Quando o atirador desistiu, um membro da comunidade, logo aquele que Shane pretendia ter matado, ultrapassou seu estômago com um tridente de feno. Alaska gritou, Carl ficou coberto de sangue e Damien riu. Agora que o seu sequestrador estava agonizando, ele pôde se inclinar para a esquerda e direita, se livrando das amarras frágeis. Ele se arrastou pelo sangue e farelo de órgãos e libertou Alaska e Carl.
O motorista da caminhonete ligou o motor e partiu. Damien saltou pra fora da caminhonete, dando um rolamento. Edwin não parava de tirar fotos, os fazendeiros corriam, Carl e Alaska seguiram o exemplo de Damien, e o executor se levantara. Ele arrancou uma machadinha do coldre e saltou sobre Shane, gritando como um demente. Shane sentiu a dor penetrante do objeto afiado entrando no ombro. O sangue começou a jorrar pelo braço, e ele se agachou. O executor arrancou a machadinha, riu, e levantou-a sobre as costas de Shane.
"NÃO!" Carl empurrou o executor, que se virou para ele. Então, Carl enfiou os dedos nos olhos do homem.
"AAAAAAARGGH!" A língua se projetou pra fora da boca coberta de sangue seco, a mão direita se contraiu enquanto ele segurava a machadinha pela mão esquerda. Alaska socorreu Shane, e Damien correu na direção do executor, que já levantava a machadinha para acertar Carl, que esperava ter vencido. Damien agarrou o machado pelo cabo, levantando-o para longe da cabeça de Carl. Carl, então, deu um chute no estômago do executor.
Ele colocou a mão na barriga, e Damien desceu o machado na sua espinha. O som da carne cortando e o osso se partindo encheu os ouvidos dos presentes. Sangue jorrava e Alaska apoiara, com muito esforço, Shane pelo braço são. As lágrimas de dor já estavam presentes no rosto do policial, o braço atingido estava mole e sangrento. Deixaram o executor por um momento e ajudaram a levantar Walsh. Então, os fazendeiros finalmente deixaram a comunidade em chamas assim que o executor parou de se contorcer. Quando as chamas baixaram, a cena era horrível.
Corpos carbonizados. Homens. Mulheres. Crianças. Velhos. Nem Woodbury merecia aquilo. Quem seria o Campeão?
Foi então que lembraram que o motorista tinha escapado. Decidiram sair da área, apoiando Shane, todos juntos pelo matagal. E na metade do caminho, motores foram ouvidos.