DISEASE AMONG US - PLAYLIST

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Disease Among Us S8 #8

 Season 8, Episode 8: Reencontro

Anthony Clark levantou-se, bocejou, e saiu da cama. Caminhando até o porta-chapéus, estava quase alcançando o seu quando ouviu uma voz familiar do outro lado da porta.
O quarto fornecido para ele no Posto Avançado não era de todo ruim. Confortável. Seguro. Queria estar de volta com o grupo, mas aquilo não era tortura. Quando pudesse falar com Chuck Reid - Por mais que isso o desagradasse - ele sabia que podia fazer um trato. Criar uma aliança. De volta ao quarto, ele só via outro problema; As paredes finas, que faziam com que ele escutasse toda a barulheira de fora.
Abriu a porta, deparando-se com as cabines que antes vendiam bilhetes para os passageiros do trem. O velho telefone improvisado da parede tocou, e ele quase atendeu, quando Rails saiu do quarto ao seu lado e apanhou o aparelho.
"Aqui é o Rails." Disse o velho, grogue. Ele parou subitamente, parecendo congelar.
"O Campeão está vindo pra cá?"
O coração de Anthony se encheu de esperança com essas palavras.
"Sim, claro. Está tudo nos conformes aqui. Vou preparar o pessoal pra recebê-lo." Disse Rails para o telefone. "Como disse? Ah, sim. Sim, vou falar com ele."
Rails lançou um olhar rápido para Anthony, que agora ajeitava na cabeça o chapéu. Passar o dia caçando com Nicolas o tinha deixado exausto - Ele resolveu tirar uma soneca a uma hora.
Eram três agora. Ele grunhiu de desapontamento enquanto Rails colocava o telefone no gancho e se aproximava.
"O Campeão vem falar com você hoje."
Anthony levantou uma sobrancelha, inquisitivo.
"Chuck vem falar comigo?"
"O Campeão, rapaz." Corrigiu Rails, como quem implora que o termo correto fosse usado. "Refira-se a ele como Campeão."
"Não tenho medo dele. Posso discutir os termos de uma aliança entre os Salvadores e o meu pessoal." Disse Anthony, contente. Rails sacudiu a cabeça.
"Rapaz, apenas... Apenas responda as perguntas dele. Se você pedir, talvez... Talvez ele pense no assunto. É tudo que posso dizer. Pelo amor de Deus, não o enfureça."
"Não tenho medo dele, Rails. Muito menos da morte."
"Não fale besteira. Todo mundo tem medo da morte, Anthony. Do desconhecido." Suspirou o velho, virando-se para a porta. "Vamos esperar ele na entrada."
A dupla caminhou até a entrada do posto, parando frente aos antigos trilhos. Os poucos Walkers caminhando à distância logo foram derrubados pelo guarda no topo da estação assim que se aproximaram demais. Anthony notou que estavam cada vez mais apodrecidos... Talvez em breve sumissem de vez.
"Como é que ele é?" Questionou Clark. Rails olhou de volta para ele.
"O que quer dizer? Você já viu ele."
"Personalidade. Eu só vi o maluco matar meus amigos e bater no meu irmão."
"Se tiver sorte, jamais falará com ele. Se for muito sortudo mesmo, talvez caia em suas boas graças." Disse Rails, com um sorriso leve. "Ou sortudo ou útil. Eu fui útil. E fui recompensado."
"Com o comando da estação?"
"Eu já comandava a estação. O presente que o Campeão me deu, você não entenderia." O velho cruzou os braços. "Não quer dizer que concordo com tudo que ele faz. Mas eu e estes homens estamos seguros aqui, e se ele fornece essa segurança, não tenho nada contra abaixar a cabeça e fazer o que ele diz."
"Estávamos seguros em Wiltshire Estates. Não éramos forçados a pagar por essa segurança."
"Nenhum lugar é perfeito, Anthony. Você tinha que seguir ordens do mesmo jeito. É o único jeito de ter uma sociedade que pode se proteger." Explicou Rails, sentando contra um dos bancos para escapar do Sol. "A questão é que existem formas diferentes de regular as pessoas. Os Salvadores têm o jeito deles."
"Mas o jeito deles está errado." Argumentou o rapaz. Rails sacudiu a cabeça.
"Se está dando errado, porquê eles têm armas, comida, geradores e abrigo?" Respondeu. "Seu grupo tinha essas coisas sem esses métodos porque era pequeno. Todos ali podiam lutar e se defender. Aqui, não. Temos famílias, pessoas doentes. Precisamos de alguém para defender essas pessoas - Não podemos esperar que peguem armas por si próprias."
Anthony ponderou por alguns segundos. Seria impossível derrotar os Salvadores - Se não conseguisse convencer Chuck, Wiltshire Estates talvez debandasse para fugir do tributo. Toda a jornada seria em vão... Mas, por outro lado, ele não podia aceitar que aquele jeito de fazer as coisas fosse o correto.
Estava prestes a contra-argumentar quando ouviu o portão abrir.
"Nada para a ferrovia." Disse Rails, uma risadinha acompanhada de tosse escapando de seus lábios.
Anthony vidrou os olhos na locomotiva que se aproximava, espalhando vapor. Os trilhos improvisados uniram-se aos originais da ex-estação, e o trem virou enquanto suas rodas rodavam vigorosamente. Subitamente, as hastes de metal guincharam e Anthony viu faíscas rasgarem o metal dos trilhos enquanto o trem parava.

Dentro da locomotiva, o maquinista limpou a jaqueta e virou-se para seus passageiros.
"Chegamos!" Gritou, e sua voz ecoou pelo trem. Os containers atuando como vagões se abriram quando um homem musculoso empurrou a porta feita de sucata, e de dentro saíram os novos guardas do posto avançado, sacudindo a cabeça e sorrindo para os que agora embarcavam.
Carl tinha que admitir - Um trem funcional que ligava os postos dos Salvadores era algo que ele não tinha imaginado.
"Acorde, Carl. Esta é a nossa parada."
Tirado de sua mente pela detestável voz do líder dos Salvadores, Carl levantou-se do "banco" dentro do "vagão". Chuck deu-lhe um sorriso debochado enquanto gentilmente empurrava o rapaz até a saída do vagão.
O toque de madeira em suas costas lembrou-lhe de Katey, o bastão que tinha esmagado Marcus. O bastardo o tinha trazido, provavelmente para intimidá-lo. Estava funcionando. Carl pisou para fora do trem e logo percebeu o amigo de pé ao lado de um velho.
"Carl!" Disse Anthony, afastando-se de Rails e aproximando-se.
"Tony!" Respondeu Grimes, indo em sua direção, até que o bastão de beisebol bloqueou seu caminho.
Anthony e Carl congelaram, seus olhares voltando-se para Chuck.
"Rails, seu velho fedido, venha aqui!" Disse, rosnando. Rails aproximou-se, mantendo a melhor calma que pôde... E levou aquele abraço do Campeão, que durou alguns segundos. "Ah, meu irmão do coração! Sabe, se você tivesse uma xereca, eu seria capaz de foder você."
"É bom revê-lo, Campeão." Disse Rails, sem graça. "Espero que as condições da estação estejam ao seu gosto."
"Sim, sim, gostei da nova pintura. Vamos entrar e bater um papo - Nós quatro. Aliás... Isso é uma pintura nova ou você trocou a madeira?" Ele gesticulou para uma das paredes, onde um dos guardas recém-chegados baixava as calças para se aliviar, incapaz de conter-se após a viagem de trem.
Rails estava a ponto de protestar quando Chuck mandou-lhe fazer silêncio, subindo para a plataforma casualmente. Assobiando enquanto andava em meio ás ondas de passageiros desembarcados, ele aproximou-se do mijão por trás, balançou o taco como quem joga golfe, e acertou-lhe na nuca.
Os olhos de Carl se encheram de horror quando o homem nem teve tempo de gritar. Batendo contra o arame farpado de Katey e a parede ao mesmo tempo, ele só teve tempo de grunhir alguma coisa antes que sua mandíbula fincasse dentro da madeira, o pescoço cedendo sobre o peso do golpe. Como se alguém tivesse atirado um ovo cheio de sangue e cérebro contra a parede, seu corpo escorregou lentamente para longe da meleca que tinha sido a cabeça, ainda espalhando xixi pela madeira.
"Você sabe porquê ele morreu, Carl?" Perguntou Chuck, virando-se para o rapaz, ainda perplexo, junto a Rails e Anthony. Os outros Salvadores também o olhavam, esperando.
"Porque... Porque ele te desrespeitou?"
Chuck riu.
"Não... Foi porquê ele pensou que era mais engraçado que eu."