DISEASE AMONG US - PLAYLIST

quarta-feira, 16 de março de 2016

Disease Among Us #3

Temporada 1, Episódio 3: Dona, o seu marido foi baleado...


Anthony era um simples garoto naquela época, eu lembro. Era o tempo que o xerife olhava pra você e falava "Esse bairro é SUA responsabilidade. Pegue sua arma e vai proteger, seu merda!". Era assim, beeem assim. 

A família do moleque era meio de rua. A mãe tinha nascido na periferia, o pai era um padre de uma comunidade pequena e pobre da região. Devido a extrema violência, seu irmão tinha umas 5 ou 6 armas escondidas pelo lugar.
Eu tive, sim, problemas com o irmão do Anthony. Ele era um desgraçado, talvez muito corrupto, seu nome devia ser... Nicholai? Nicolas. 

Eu me lembro daquela noite. Aquele traficante de bosta em cima da casa. Eu apertei o gatilho. Aí o pai do garoto saiu correndo pela porta da igreja e... PÁ! A bala acertou o coração do pobre desgraçado. Enquanto ele era socorrido em vão, eu atirei naquele merda em cima da casa. Ele caiu. A cena mais linda da minha ex-vida foi ver o corpo morto se esborrachar num bueiro. 
 Só Deus sabe quando as ambulâncias chegaram. Ele já tava morto mesmo. Eu fiz questão de atropelar o corpo do bandido com a viatura. Acho que alguns minutos depois, era eu na frente da casa.

"...Dona, seu marido foi baleado. Meus pêsames." 
Aí eu vi o garoto abrir os olhos de verdade. Ele ficou me encarando, um olhar bem... Profundo e cortante. A mulher desabou no choro, eu joguei a papelada de proteção a testemunha, mas ela jogou no forno. Ela era um lixo nervoso. Acho que meu maior erro foi ter largado o moleque. Acho que se não fosse assim eu não teria exposto ele aos perigos desse mundo. Do novo, claro. 
Ele era um garoto muito confuso. Eu costumava comparar ele ao garoto do meu parceiro. Carl Grimes era um menino exemplar, assim como o pai, Rick. 
Bem, de qualquer forma deu pra ter uma ideia do que eu podia e não podia ter feito. Se eu tivesse honrado esse distintivo, talvez eu olhasse menos pra trás e mais pro banho de sangue que o Walker e o homem da montanha jogaram até Pheonix com uma bala do mesmo garoto que eu encontrei 5 anos atrás. 
Eu acho que meu nome era Shane Walsh, o dele era Anthony. Pra dizer a verdade, a minha identidade não importa muito mais. Eu tinha que pensar mais rápido do que o garoto. Nessas primeiras semanas eu não tinha que pensar no Hacker, em Woodbury, ou naquela mulher. Só tinha que pensar no Anthony. Vovó dizia que o que é bom dura pouco. Ela também dizia que uma criança vale mais que um homem. 

Vovó morreu de câncer pulmonar aos 87 anos. 



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