DISEASE AMONG US - PLAYLIST

segunda-feira, 30 de março de 2020

Disease Among Us S8 #1

Season 8, Episode 1: As leis da natureza

O frio da noite irlandesa era castigador. Odiava aquele lugar. Odiava aquele homem.
Então porque estava de volta?
Tinha aprendido a se defender, é claro. Tinha feito coisas das quais não estava orgulhoso. Era um prodígio com computadores, mas também sabia manipular as pessoas.
A gangue tinha sido uma segunda família para ele, até a mãe descobrir. E até ele apanhar da polícia pela primeira vez.
Ele poderia se defender.
Ouviu os passos pesados e a porta do pequeno apartamento no subúrbio de Belfast se abriu. Ali estava ele.
"O que você quer?" Perguntou Paul. "Quem diabos é você, porra?"
"Você é patético." Disse Aiden, examinando o pai. Antes, ele tinha sido um homem ameaçador. Agora era baixinho, grisalho e gordo. "Mas você fez a minha mãe fugir."
Paul levantou os olhos até o homem mais alto. Atrás dele, Aiden viu... Bom, a vida dele não estava muito boa. Viu cápsulas de remédios e drogas.
Quando sua mãe tinha tirado e ele e a irmã de Belfast, Irlanda, para fugir da violência do pai, ele tinha sido obrigado a crescer nas vizinhanças duras de Chicago. Entrou para gangues. Lutou. Aprendeu a roubar. Atirar.
Aprendeu a deixar de lado a humanidade.
Mas... Mas então Lena morreu. A sua sobrinha. Morta por sua própria estupidez. E ele tentou mudar. Ele fez o que pôde para ajudar os outros. Mas sabia que era violento demais, em sua própria maneira, para ser o Vigilante que sempre quisera. A polícia o queria preso. O novo comandante da força-tarefa, Juencos, queria vê-lo morto.
E ele tinha feito uma viagem internacional apenas para amarrar uma ponta solta. E agora, aquele velho estava mais morto do que...
"Escute, rapaz, no calor do momento..."
"Eu tinha vindo matar você, seu velho estúpido." Aiden exibiu uma arma pequena, de dois tiros. "Mas você já está fazendo isso por mim. Então eu vou fazer uma pergunta."
"PORQUÊ?!"

"PORQUÊ?!" Gritou Alaska.
Ela caiu no chão. Agarrou-se ao estômago, morrendo de dores.
Mellanie entendeu imediatamente. Que lugar para um bebê nascer.
"Meu Deus, meu Deus..." Disse ela. Tentou amparar a amiga. Qualquer coisa.
Enquanto isso, ele ergueu os olhos ensanguentados.
"Porra, você é forte mesmo, hein?" Comentou Chuck. Marcus mal o via. A visão estava desamparada. Ao seu lado, ouviu alguém gritar, mas não pensava em mais nada.
Tinha salvado os outros. Tinha praticamente se sacrificado.
Não conseguia se lembrar de mais nada. Virou-se para os outros.
"Porra, Mark, fica comigo." Disse Dexter.
Aiden conseguiu sair das lembranças dolorosas. Engoliu as lágrimas.
Mas então uma segunda batida. Marcus caiu de queixo. Estava rindo.
"Isso é tudo que você tem, seu merda?" Perguntou o ex-fuzileiro, tossindo sangue. "Porra, chama mais sete pra briga ficar justa."
Chuck não deu ouvidos. Desceu o bastão mais uma vez.
E assim, Marcus estava acabado.
Silêncio.
"Ninguém vai dizer mais nada?" Riu Chuck.
Então, Aiden, motivado pela lembrança, quebrou o silêncio. Enquanto isso, Alaska e Mellanie faziam o possível para... Para qualquer coisa, porra.
"Marcus valia dez de você, seu merda. Você é um filho da puta." Disse Aiden. "Você é a porra de um maníaco filho da puta. Eu vou arrancar os seus olhos, seu desgraçado, e eu vou fazer você comê-los. Eu vou te matar, filho da puta. Você tá me entendendo? Eu. Vou. Te. Matar."
"Difícil te levar a sério quando está chorando, cara." Comentou Nicolas. Anthony chorou. A crueldade... Era...
Porra.
Chuck virou a atenção para Alaska.
"O que é que ela tem, porra? Calem a boca dessa mulher."
"ELA ESTÁ PARINDO, CARALHO!" Disse Mellanie.
Chuck pareceu paralisar por um momento. Então, gritou.
"VIC!"
A mudança bipolar foi incrível. Vic se aproximou da dupla, e...
...e fez a cesárea.
Alaska gritou. Pensou em Lock, pensou nos pais. Mellanie tentou parar Vic.
"PARA! PARA! TÁ MATANDO ELA! DÁ PRA FAZER NORMAL! DÁ PRA FAZER NORMAL!"
Os olhos da loira se voltaram para Mellanie. O braço ensanguentado alcançou seu rosto.
A enfermeira sentiu lágrimas salgadas caírem sobre o rosto da jovem. A Woodburiana que tinha largado tudo por amor. Que tinha superado a perda de Lock... E que nunca veria a criança.
"Obrigada." Disse ela. Tossiu. "Obrigada por tudo, Mel. Você foi uma amiga maravilhosa."
"Alaska, para de falar merda, você vai ficar bem, aguenta."
"Não posso." Disse ela. "Eu quero ir... Estão todos lá. Meus pais... Meus amigos..."
Dan observou, sentindo-se desconfortável com a casualidade que os Salvadores demonstravam.
Os olhos de Alaska se iluminaram, contrastando os olhos cheios de lágrimas de Mellanie e os olhos cheios de culpa de Vic.
"Lock?" Perguntou Alaska. "Lock, querido, sou eu... Finalmente, querido... Final...mente..."
Alaska soltou o rosto de Mellanie, a trilha de sangue pingando da bochecha da mulher.
Vic tirou a criança dali. Era uma menina morena, pingando sangue e fluidos.
"É uma menina."
Mellanie estava chocada.
"Que milagre." Comentou Chuck, parecendo outra pessoa. Ignorou os pedaços do crânio de Marcus e caminhou até o pequeno bebê. "Olá, querida." A criança começou a chorar, mas ele tentou pegá-la de Vic. "Calma, sssh. Sou só eu."
"NÃO TOQUE NELA!" Gritou Mellanie, e deu um soco no rosto do Campeão.
Silêncio. Chuck sorriu.
"Bom saber que você respeita sua amiga."
"SEU MONSTRO DO CARALHO! NÃO TOQUE NELA! NÃO TOQUE!"
Ela arrancou a pequena dos braços de Vic. Sentiu a camisa se encher de sangue. Abraçou o bebê o mais próximo do peito possível.
Chuck se afastou, brandindo o bastão.
"Bom... Katey," Disse, apontando para o sangue que pingava do taco. "Está saciada. Vamos agora para as regras. Vocês viram o que acontece quando não se obedece aos Salvadores. Por isso, vamos começar a cobrar de Wiltshire Estates e proteger vocês também."
Silêncio generalizado.
"50% de suas colheitas, munições e qualquer animal que criem será nosso. Usaremos a sua comunidade para qualquer propósito. Qualquer um que quisermos poderá ser levado pra nós." Continuou. Alguns Salvadores rindo. "Agora, vocês vão limpar a clareira, tirar seus amigos daqui e cair fora. Nós vamos pegar o primeiro pagamento na semana que vem."
Os Salvadores começaram a se debandar. Gabe arrastou Anthony para um hummer, onde Nicolas suspirou aliviado.
"Conseguimos, Tony. Acabou."
Anthony Clark não respondeu.
Na mente dele, Marcus tinha morrido por sua culpa.

Mellanie abraçava Alaska quando o grupo se debandou. Dan aproximou-se.
"Mellanie, deixe-me segurá-la."
"NÃO." Rugiu a ruiva. "Não toque nela."
"Calma, sou eu. Sou eu."
Ela hesitou, mas deu o bebê a Dan. Meu Deus, que criança linda, pensou ele. Nunca tinha visto um recém nascido. Era um milagre.
Limpou-a na camisa e depois enrolou-a nela. O bebê parou de chorar aos poucos.
Aiden levantou-se. Olhou para o corpo destruído de Marcus.
"Você era melhor que nós, garoto." Disse ele. "Você era melhor que nós."
Chorou de novo. Até Dexter estava chorando.
Destruído e arrasado, o grupo começou a arrastar os corpos. Pelo menos iriam dar um enterro decente.
Mellanie quis ficar um pouco mais com Alaska.
Os caminhões estavam sendo preparados para a partida de volta a Wiltshire. Shane chorava. Nem conseguira salvar Anthony.
Jock... Jock sentia-se culpado. Porque não ele? Porque Marcus? Eles mal o tinham conhecido, e ele se mostrara valioso...
Era a segunda vez que escapava da morte ás custas de alguém, ele pensava.

Alaska se moveu no abraço de Mellanie.
Ela sabia que tinha chegado a hora. Olhou os olhos da loira.
Ela abriu a boca. Deu um grunhido. Mellanie chorou pela amiga.
O zumbi pareceu lembrar-se de alguma coisa. Diminuiu um pouco o passo, como se estivesse tentando se controlar. As pupilas refletiam o cérebro vazio, mas... No fundo...
Mellanie chorou.
"Me desculpe, Alaska. Me desculpe."
Ela pegou a faca. Alaska pareceu não reagir. Estava em silêncio.
Apoiou a lâmina sobre a testa da mulher.
"Cuidarei dela. Eu prometo."
Mellanie deu uma facada. O zumbi parou de se mexer e caiu.
Alaska Young estava morta.
Mellanie se levantou, derrotada, e seguiu Dan para os caminhões.

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